Poemas

O pantanal - Marcos Ramos
O Caracará ecoa seu grito na mata,
E os Bem-te-vis estão a voar
É um Pantanal de natureza farta,
Em imagens que por si podem falar...

Como a onça se escondendo no capão,
Mirando sagazmente, e pronta para a caçar
A sucuri, que se esgueira pela vegetação,
E nas copas, estão tuiuiús a cantar...

Sopra o vento num céu azul perfeito,
Trazendo a chuva, pelos lados do Paraguai
O Aquidauana vai subir o seu leito,
A enchente vai chegar, eu sei que vai...

E as chalanas vão descer o seu remanso,
Acompanhada por um bando de araras
Haverá macacos pregos, brincando num balanço,
Naturalmente formado entre as taquaras...

Onde jacarés ficam estáticos ao sol,
E observam o movimento à beira do rio
São águas mansas, que mais parecem um lençol,
E é de Deus, o mais perfeito cenário...

Jandaias fazem ninho entre as flores,
Orquídeas, vitórias régias e açucenas
O Pantanal é de variadas cores,
Como o tucano, e o colorido de suas penas...

Flora e fauna, são exuberantes no pantanal
Tem Papagaio, quati e capivaras
Ararinha azul, tatu e garça real,
Uma natureza repleta de jóias raras...

É um ouro verde, sobre águas esmaecidas,
Onde peixes desovam a vida no manancial
E árvores protegem muitas novas vidas,
De um berço divino que é o Pantanal..

Pantanal- água que encobre o planeta- Autor desconhecido
na imensidão dos campos do pantanal
meus dias são - longas conversas com Deus
sou parte desse milagre - e é tão natural
a mãe natureza protege um filho seu

do universo - verde universo que tenho
sou pantanal - sou água que cobre o planeta

o sol - é meu candeeiro
a lua é meu amor
a paz - é meu travesseiro
a noite - é meu coberto

Meio Ambiente - Autor desconhecido
Desde o início, tudo mudou
O meio ambiente, já se transformou,
Tapamos nossos olhos, para não ver
Tudo que está acontecendo

Não queremos perceber
Animais famintos, outros extintos
As florestas mudaram
Muitas árvores derrubaram.

O povo consumista, não quer saber
A natureza pede ajuda,
Sem ninguém pra socorrer

A mata está sufocada
As pessoas ficam caladas
Fábricas, fumaças...
Dinheiro sujo, só desgraça.

Temos que agir,
O mundo vai cair
Talvez caia em cima de nós
E ninguém escutará nossa voz.

Destino da Humanidade-André Barreto Sandes
Tenho andado preocupado
Com o destino da humanidade
Como vai viver o povo
Em uma grande cidade

Com tanto rio poluído
Água potável vai faltar
E as fábricas e automóveis
Que contaminam nosso ar?

Já compramos nos mercados
Água engarrafada mineral
Daqui uns dias vamos pagar
Pra respirar um ar legal

Já pensou você andar
Com um recipiente,
Uma mangueira no nariz
Para não ficar doente

E o pobre que não usar?
Qual vai ser a solução?
O coitado só vai andar
Com problema no pulmão

Do jeito que a gente vai
As coisas vão piorar
É melhor mudar de rumo
E também se preocupar

Ainda temos algum tempo
Para poder reverter
É cuidando desse planeta
Que melhor vamos viver.

Egocentrismo Antropológico- Francisco das Chagas Gomes Júnior
Milênios atrás, um dia nós recebemos de presente a natureza:
Os pássaros, os rios, as nuvens, o Sol, os peixes, as matas e muito mais...
Os pássaros, voando livres, sem preocupação de encontrar empecilhos;
Os rios, com águas claras a desfilarem em planícies, montes e cascatas;
As nuvens, branquinhas, bela paisagem e “colírio” para nossos olhos;
O Sol, penetrando radiante no solo;
Os peixes, orgulhosos, ostentando com alarde nas águas sua alegria;
As matas, verdejantes e oxigenadas, sem sofrer o tormento dos vândalos;
Ah! Como isso era bom e bonito.
E olha que tudo foi presente de Deus: não pagamos nada!!
O que seria de nós se o nosso Pai, o dono de tudo isso,
quisesse essas coisas de volta, como ele nos entregou?
Hoje,
Os pássaros, já não têm a mesma liberdade de outrora;
Os rios, a cada dia que passa, suas águas ficam mais sujas;
As nuvens, já não possuem a mesma brancura;
O Sol, já não mais penetra o solo com intensidade por causa dos gigantes de cimento;
Os peixes, cada vez mais ficam sufocados com tanta poluição das águas;
As matas já não possuem o mesmo verde cativo e saudável.
Ah! Quanta maldade...
Mas a verdade é certa:
Só quando o último pássaro der seu último voo,
Só quando o rio evaporar sua última gota d’água,
Só quando a última nuvem perder o branco total,
Só quando o Sol não mais puder penetrar o solo,
Só quando o último peixe morrer sufocado pela poluição das águas,
Só quando a última árvore tombar e
assim não mais tiver oxigênio para a sobrevivência humana,
é que o homem vai entender que o dinheiro não compra tudo!!

Lágrimas da Terra- Rogério medrado
Não vêem?
A terra está chorando.
Está chorando
suas lágrimas fervescentes,
fumegantes pelo aquecimento global.
Pelo lixo nuclear,
pela ganância,
pelo homem-capital.

Não ouvem?
A terra está gritando.
Está gritando,
gemendo sua dor mais terrível.
Suas lágrimas são sangue
das feridas mais profundas,
das exclusões e das guerras,
das mortes de sua gente.

Não sentem?
A terra está tremendo.
Está tremendo de medo
de sua morte violenta,
de seu triste fim.
Seu olhar chora por nós
com lágrimas geladas,
dos corações gelados sem amor.

Não estão respirando?...
o ar poluído,
os mares fedidos,
os rios de esgotos,
o odor dos lixos?

Não estão enxergando?...
o peixe morrendo,
as florestas queimadas,
os animais extintos
e tudo acabando?

A terra está chorando...
gritando...
gemendo...
tremendo...